De um país para outro

Olá!

Vos falo do quarto da minha host-family, banhada, aquecida, alimentada, após uma longa maratona de acontecimentos. Estou cansada, mas estou feliz. A cabeça está confusa, mas acho que foi mais ou menos assim…

– No dia da despedida, reinava na minha casa um silêncio que nunca existe por lá. Ninguém se falava, todo mundo com cara triste. Eu mal consegui almoçar, só comi porque era a minha refeição preparada pela Mamis em 2012 (arroz, feijão novinho, bife, vagem refogada e salada).

– No aeroporto, um monte de gente especial estava lá para me apoiar: minha família, família da Aline, Bá, Bru e João Victor, Ju, Lex, Jojo, Celina e Maria Thereza, Carlos Roberto. Foi assustador dizer para eles: “tchau, até o ano que vem”. Meus pés se arrastavam, eu tremia, eu chorava. O meu amor me dava a mão, a minha mãe me abraçava e chorava, as pessoas faziam promessas. Foi lindo. Foi triste.

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– A imigração foi demorada, só tinha um funcionário trabalhando. E tinha muito brasileiro para passar por lá. É, tem brasileiro demais no mundo. O cara que me atendeu foi simpático. Perguntou se eu já visitado “the UK” antes. Eu disse que sim. Perguntou se eu tive algum problema. Eu disse que não. Perguntou quanto tempo eu ficarei com eles (achei simpático isso). Eu disse um ano. Ele disse ok e carimbou o passaporte. Simples assim =)

– Mas a alegria de brasileiro intercambista dura pouco. Chegando na esteira das malas, onde estão as malas? Não estão, ficaram em Madrid. Ah, e agora? Agora vocês deixam o endereço e entregamos amanhã. Ah, que coisa. Mas é sem falta né? Sim, isso acontece o tempo todo, estamos acostumados. Ah, tá. Mas o tempo todo em Dublin, no mundo ou com a companhia Ibéria (não, eu não perguntei essa última, achei indelicado).

– Sem malas, com fome, com sede, sem itens de higiene pessoal, fomos ao centro. Pegamos um ônibus no aeroporto (7 euros) e descemos na O’Conell Street, a principal avenida de Dublin. Fomos à farmácia (6.99 euros). Decidimos tomar uma para relaxar. Escolhemos o Madigans, o pub o primeiro à vista, porque estava frio pra burro. O pub era meio velho, meio cheirando a mofo, passando um jogo de rugby, como um pub deve ser (São Paulo, aprenda como se faz!). Primeiro brinde (eu de Guinness, ela de Heineken) a nós. Porque merecemos e não temos calcinhas, não temos shampoo e não temos pijamas.

– Pegamos um táxi, com um motorista velhilho, que ficava cantarolando no caminho. Não consegui tudo o que ele disse não, falava meio enrolado. Mas nos mostrou o centro, bonitinho. Chegamos em 15 minutos (20 euros).

– E chegamos na casa, no que parece ser um condomínio fechado, chamado Woodfarm Acres. Casas lindas, parecem coisa de filme. Sem portões. A nossa é de tijolinho marrons. Tocamos a campanhia. Espero uma senhorinha amigável. Me aparece um cara tatuado e cheio de piercings, o Tomy. Descubro que ele é filho da host-mother, o host-son, e que ela está fora e só volta na quarta. Cara, que situação mais estranha. Falar ao vivo e a cores, com um cara que não fala a minha língua. Tive que me virar. E me virei =D

– Ele é legal, nos mostra a casa, se mostra solidário com a nossa situação, nos empresta toalhas. Tomamos banho, organizamos as coisas. Vamos jantar. Tomy deixou pratos de macarrão a bolonhesa preparados pra gente. Gostoso, mas sem sal e, como eu não achei mais sal para colocar, comi assim mesmo. Do nada, aparece um outro cara, falando um inglês todo enrolado. É o Miguel, espanhol da Galícia, ficará aqui só até amanhã. Já jantou, obrigada. Vai fumar um cigarro no quintal. Lavamos a louça. O Miguel volta e pergunta do carnaval do Rio. Ah, que pergunta mais default. Mas ele é legal =)

Depois eu mostro as fotos da casa, explico melhor como é aqui. Minha cabeça está rodando ainda, preciso me acostumar, olhar direito, formar uma opinião e depois mostro tudo para vocês.

P.S.: Por favor, sejam adeptos de qual religião forem, orem/rezem para que as nossas malas cheguem amanhã. Precisamos de todo o apoio e pensamento positivo possível =)

Time to bed.
See you tomorrow!

Fazendo a trouxa


Hey!

Fazer malas é um processo complicado, ainda mais quando se é mulher. Tem taaaaantas coisas que são indispensáveis ao nosso dia-a-dia, não é? Mas devo dizer que eu mereço um troféu desprendimento, de tão levinha e compacta que a minha mala ficou.

Parti da seguinte lógica: poxa, quanto mais coisa eu levo, mais coisa eu tenho que trazer na volta! E eu sei que os preços por lá são irresistíveis e sei que vou gastar todo uma parte do meu dinheiro em compras, ah vou. Então, não estou levando muitas roupas e, dentre essas que estou levando, estão indo coisas velhas e descartáveis. Aham, eu serei meio que a mendiga de Dublin no começo :P

Olha a lista do que estou levando:

– 1 sobretudo
– 1 casaco
– 3 calças jeans
– 1 calça e camisa social
– 1 calça legging
– 4 blusas de frio grossas
– 7 blusas de frio finas
– 4 pijamas
– 7 camisetas
– 4 blusinhas
– 3 saias
– 2 shorts
– 5 vestidos
– 1 vestido de festa
– 2 sacolas de pano
– 1 bolsinha para sair
– 1 cinto
– 2 pares de luva
– 1 gorro
– 5 pares de meias
– 3 meias-calça grossas
– 1 bíquini
– 15 calcinhas e 5 sutiãs
– 2 sapatos
– 1 tênis
– 1 bota
– 1 chinelo
– 1 sandália rasteirinha
– 15 cartelas de anti-concepcional
– 1 cartela de remédio para cólicas
– 2 óculos de grau
– 1 óculos de sol
– 2 toalhas de rosto e banho
– 14 sabonetes
– 2 Gilletes
– 1 tesoura
– Shampoo / Condicionador
– 14 absorventes
– 150 cotonetes
– 1 perfume
– 1 body splash
– 1 creme hidratante
– 1 demaquilante
– Bijouterias diversas
– 3 livros de inglês
– 1 caderno para estudo
– 1 bloquinho de post-it
– Adaptador de tomada
– 1 notebook
– 2 guias
– 1 livro sobre a história da Irlanda
– 1 agenda
– 1 caderno de anotações pessoais
– 1 estojo de lápis e canetas

Tudo isso dividido em uma mala grande com menos de 30 Kg e uma mala de mão com menos de 10 Kg. Genial, não?

Um mega e especial agradecimento a:

– Mamis, pela inteligência e estratégia infalível para arrumar malas! Além de lavar as roupas, passar amaciante e dedicar muito carinho s2

– Papis, por conseguir uma balança emprestada em tempo recorde, para pesarmos tudo.

– Vô Vicente, pelo apoio e comentários estimulantes: “Uaaaai Sô! Se ficar muito pesado a gente paga a diferença!”.

Check-list final:

– Assentos reservados, depois de horas e horas naquele site idiota da Ibéria.
– Despedida no aeroporto agendada e comunicada aos amigos.
– Custo do táxi do aeroporto-casa da host family calculado. Hein?

Pois é! Descobri que existe um site na Irlanda em que você consegue calcular quanto custará a sua corrida de táxi! Ajuda a decidir se você optará por esse meio de transporte ou não (SIM, no nosso caso #Óbvio) e a ter uma idéia de preço, para ninguém te passar a perna (como poderia ser o nosso caso). Olha o site aí, para quem está curioso: http://taxiregulation.nationaltransport.ie/for-users/tax-fare-calculator/

P.S.: Hoje teremos o último jantar em família! E qual será o menu? Alguma massa, como de costume nesta residência =)

P.S.: Falta 1 dia! Amanhã, nesta exata hora, o avião estará partindo =)

Até!

Quanto custa a realidade

Hello!

Sabe, neste exato momento eu posso dizer que aquele bloqueio, pânico, ansiedade e medo já não estão mais aqui. É engraçado, não é? Desde que decidi fazer o intercâmbio senti, nesta ordem, empolgação (ao fechar o contrato), euforia (ao descobrir tudo de incrível que essa viagem poderia me oferecer), ansiedade (quando os dias demoravam para passar), medo (quando percebi que os dias estavam passando rápido demais), pânico (ao começar a pensar nas despedidas de quem eu amo), bloqueio (quando eu mais precisava me concentrar para organizar tudo) e, por último, serenidade, paz e tranquilidade, quando tudo está prestes a acontecer.

E vai acontecer. Cada vez isso fica mais claro para mim, mesmo quando ainda parece tão distante. Mas é fato: em muito breve, morarei um ano na Europa. Morarei um ano na Europa. Um ano na Europa. Um ano. Europa. Pura realidade agora.

Será que essa é a ordem normal dos sentimentos, quando se trata de fazer um intercâmbio? Ou isso é mais uma coisa de Talita? Bom, seja como for, posso dizer que estou feliz. Vai ser duro dar tchau para as últimas pessoas (as mais essenciais) no aeroporto? Ah, vai. Mas eu viro uma dose de cachaça, sacudo a cabeça, engulo o choro e sigo em frente. E que Deus continue me ajudando, como Ele tem feito, de forma tão incrível, até aqui =)

Passadas as divagações, vamos atualizar as últimas novidades:

– Agora, oficialmente, estou desligada da empresa. Assinei os papéis no Sindicato. Triste? Não, entendo que foi um ciclo muito bom da minha vida que se fechou, para que outro comece.

– Tirei uma folga para curtir um dia especial com a pessoa mais importante da minha vida. Passeamos, comemos, fizemos compras, fomos ao cinema, conversamos, nos abraçamos e beijamos. Curiosos? Ela, a única, inigualável, perfeita, maravilhosa Rosemary Campos Rossi de Lima, minha adorada Mamis!

– Fiz a minha última compra de euros, finalmente atingindo a quantia que permite a minha entrada no país. Comprei alguns trocados em moeda também, para facilitar =)

– Roupas, sapatos e afins meio que 78% dentro da mala. E a boa notícia é que eu acho que caberá tudo, hehe.

– Faltam 3 dias!

See you!

Amor, origem, família

Olás!

Desculpem a ausência, mais uma vez. Acontece que, quando se está em casa, o tempo passa rápido de mais e a lista de coisas a fazer vai aumentando. Somem a isso o fato de que estive com um bloqueio criativo por conta do pânico crescente e evitei tocar neste assunto do intercâmbio por alguns dias (como se fosse possível, mas tudo bem).

De novidades, posso dizer que está quase tudo pronto. Documentações, mala comprada, roupas limpas e perfumadas, livros separados, remédios comprados. Falta só juntar a trouxa e por nas costas. É, acabou a fase gostosa do planejamento.

E tive a minha última despedida, deixada para o último final de semana por se tratar das pessoas mais especiais que existem e que estão conectadas comigo por algo tão forte, que é indestrutível. É o amor. É a origem. É a família.

A despedida foi comemorada em conjunto com o aniversário de 30 anos da minha querida prima Aracelli (para os curiosos, significa altar do céu). E tava quaaaaase todo mundo, o que significa muita gente.

E teve comida para um batalhão, música, sessão de fotos, recomendações especiais, carinhos das vovós e dos vovôs, palhaçada com os primos, bolo, doce de abóbora, chororô, risadas, presentes, carinho.

E foi extremamente difícil dar tchau para essas pessoas. Foi horrível pensar que ficarei tanto tempo sem vê-las, mesmo que não nos vejamos com tanta freqüência. É filha, você pensou que seria tudo fácil?

Acompanhem as fotos e vejam como os Rossi e os Lima se parecem ♥

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P.S.: Um agradecimento especial à presença do João Mário, Alex Simão e Milene Vitória, meus amigos mais antigos e que estão sempre comigo.

P.S.: Aracelli Lima, eu adorei compartilhar a festa contigo! Não teria sido tão especial assim se você não tivesse participado.

P.S.: Victoria Lima, sua bitch. Eu quase que desisto de ir por sua causa. E isso significa muita coisa. Te amo, amo, amo, amo, meu orgulho.

P.S.: Tia Rute, Vó Nena e Vô Zenas, a emoção do abraço que vocês me deram ainda está gravada em mim. E me dá vontade de chorar até agora.

P.S.: Carlos Roberto Sponteado, obrigada por dividir o seu dia e o seu amor comigo. E me desculpe por estragar tanto a sua vida.

P.S.: Mamis e Papis, mais uma vez, obrigada pela festa, ajuda, força, amor e toda a comida. Estou levando a imagem de vocês dois de avental e toquinha no meu coração.

P.S.: Por fim, para provar que o meu bloqueio passou, segue a contagem regressiva: faltam 5 dias.

Até mais!

Como é grande o meu amor por vocês

Hello :)

Se eu sempre vou iniciar alguns posts com trechos de músicas de cantores de MPB? Não, eu juro que não é proposital. É só que alguns momentos especiais vêm acompanhados de trilha sonora, sabe?

O momento em questão foi a minha despedida dois, no último domingo. O lugar? Minha casa. O cardápio? Feijoada. As pessoas? Família, que não é do meu sangue, mas que é minha família, sim senhor.

E teve música alta, dança no meio da sala, milhares de latas de cerveja, abraços e beijos, como sempre tem com eles. Mas teve também textos bonitos do Seu Zé Maria e do Allan – os poetas e um vídeo tão, mais tão emocionante da Tábatha, que me fez chorar compulsivamente por longos minutos – fato inédito até agora.

E foram tantos os desejos de boa sorte e sucesso, tantos os conselhos e recomendações, que eu me sinto completamente amparada agora. E não sai da minha cabeça o que disse a Hedynha: “Se der alguma coisa errada, você grita “HELP ME!” e vamos lá e “UAU”, te trazemos de volta”.

E, depois de tudo isso, ainda sou convocada à sala para uma música em minha homenagem, cantada por uma roda de pessoas lindas. E essa era a música:

Como é Grande o Meu Amor Por Você
Roberto Carlos

Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você

E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você

Nem mesmo o céu nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito

Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você

Nunca se esqueça, nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você

Mas como é grande o meu amor por você

Ah, assim vocês acabam comigo *________*

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P.S.: Agradecimentos especiais ao papis e a mamis, pelo planejamento e organização do encontro, além de cozinharem uma incrível feijoada para mais de 40 pessoas. Vocês são os meus heróis ♥

P.S.: Pontos extraídos da boca, procuração assinada e entregue no banco, demissão em processo no RH, livros de inglês sendo usados novamente. Tudo caminhando.

That’s all, folks!

Eu não mereço essas pessoas

Oi!

Me desculpem pela ausência. Passei por um procedimento cirúrgico extremamente traumático (extraí os quatro dentes do juízo, de uma só vez -.-) e a única coisa que eu queria era passar horas e horas no sofá, sendo mimada pela minha mamis*____*

Bom, como vocês sabem, eu saí do trabalho e estou desempregada. Se isso me assusta? Pra caralho! Eu não sei o que é ficar sem trabalhar desde que eu tenho 14 anos! Mas farei o possível para me acostumar a esta curiosa liberdade. O.O

Mas eu não vim aqui para falar disso. Eu vim aqui para falar de pessoas especiais, que muito além de me desejarem boa sorte, sucesso e muito mais, tomaram providências para que eu não as esquecesse jamais (como se fosse possível).

O resultado disso é que eu saí dos últimos dias do trabalho com um verdadeiro carregamento de coisas lindas, carinhosas, emocionantes, úteis e com significado especial. E isso me emocionou de um jeito tão profundo que eu precisei criar esse post para tentar demonstrar o que estou sentindo (porque eu sou bem melhor escrevendo do que falando, aprendam isso).

Obrigada por estarem ao meu lado neste momento tão importante da minha vida. Sabe, ter vocês aqui me traz uma tremenda responsabilidade! Eu não posso decepcionar toda a expectativa, todo o apoio, todo o carinho de vocês. Isso precisa dar certo, eu preciso dar certo. O que é bom, pois me faz querer ser melhor do que eu já estava planejando. Obrigada por isso também.

Vocês moram no meu coração. Para sempre.

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Obrigada a:

– Ana Ferreira, pela caixa de chocolates. Se eu tiver apenas um tantinho do seu espírito aventureiro e autenticidade, conseguirei aproveitar 100% da viagem.

– Carla Nagabe, pelo livro tão inspirador. Desde quando te conheci e até hoje, você continua me ensinando…

– Carlos Roberto Sponteado, pelo desenho da Sakura. A mágica que você traz para a minha vida me faz incrivelmente feliz.

– Gersileine Ayram, pelas luvas lindas e roxas. Quero sempre ter perto de mim pessoas competentes, animadas e de bem com a vida, do jeitinho que você é.

– Juliana Miyazaki, pelo gatinho japonês e caderninho. Como eu queria que você tivesse aparecido há mais tempo na minha vida…

– Lulus do Marketing, pela camiseta mais cheia de significados do mundo. Vocês sempre foram sinônimos de diversão e alegria para mim.

– Meninas do Núcleo Diferenciado, pelo mega-power-ultra adaptador de tomadas. Se existissem mais pessoas como vocês, o mundo seria um lugar melhor.

– Pessoal do Automóvel, pela linda cesta de chocolates e flores. Se eu sempre tiver clientes incríveis como vocês, serei a mais feliz das profissionais.

– Pessoal do Marketing de Produtos, pela cesta de chocolates e pela Pucca. Para mim, vocês são mais do que uma equipe, são uma família.

Eu não mereço vocês mesmo.

0 dia – Parte 1


O que você faz quando abre seu computador do trabalho, logo cedo e se depara com essa imagem? Entra em pânico? Abre um champagne?  Começa a chorar? Ou dar risada?

Eu juro que não sei o que estou sentindo agora. É uma mistura de alívio com tensão, alegria com tristeza, desprendimento com apego.

Mas uma coisa é certa: estou feliz e completamente certa da minha decisão. E um passo a menos me separa da Irlanda agora =)

P.S.: Agora que terei os dias livres, conseguirei finalizar o planejamento da viagem, voltar a estudar inglês, finalizar as documentações. Muitas novidades e posts a caminho, folks!

P.S.: Acabei de ver meu namorado entrando no andar para trabalhar, coisa que eu tanto gosto, pela última vez na vida #Sad

Até mais!

Uma saideira e muita saudade

Olá!

“Porque o título desse post é um trecho de uma música triste do Chico Buarque?” – você deve estar se perguntando. Tudo bem, talvez você não esteja se perguntado isso, mas eu vou dizer mesmo assim.

O título é triste porque uma parte de mim está triste, com tudo o que estou deixando para trás. E isso começou a aparecer nesta última sexta-feira, com as despedidas (simbólicas, pois eu só saio daqui a 2 dias) das pessoas do meu trabalho.

Trabalho esse que me sustenta há cinco anos, um mês e vinte e poucos dias e que me trouxe até aqui, a este momento de abandoná-lo para realizar o meu sonho.

Pessoas essas que estiveram comigo em momentos de alegria, de cervejadas, de almoços gordos e lights, de tristezas, de crises de nervoso, de jobs, jobs e jobs.

Trabalho que fará falta. Pessoas que farão MUITA falta. Me perdoem o sentimentalismo, mas sou sagitariana, publicitária e leio livros clássicos demais para o meu próprio bem.

Mas o bom é saber que todas essas pessoas estavam lá, ao meu lado, me desejando coisas boas, torcendo por mim, celebrando e chorando comigo. Isso é a melhor coisa do mundo: ver as pessoas vibrando por você, mesmo quando você não tem certeza se é a hora de vibrar tanto assim.

Obrigada por isso, vocês.
Obrigada por terem feito parte dos meus dias por tanto tempo.
Vocês são os melhores =)

Ah sim. Tivemos um almoço no restaurante mais peculiar de Campos Elísios, Sabor da Brasa, lugar de tantos outros almoços históricos. E, no final do expediente, um happy hour incrível no O’Malleys (ah, vá?), com direito a brindes de Guinness (ah, vá?), presentes, risadas e choros. Vejam as fotos:

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E assim, eu bato o portão fazendo muito alarde, eu levo o passaporte de identidade, uma saideira, muita saudade e a leve impressão de que nunca é tarde.

P.S. Agradeço a Chico Buarque pelo uso do trecho da música em questão “Trocando em Miúdos”.

P.S. Faltam 26 dias #Fuuuuudeu

See you!

Amiga é para essas coisas

Hi, everyone!

Como prometido a alguns posts atrás, venho por meio deste apresentar a minha querida companheira de apuros viagem. Com vocês, a Aline!

Prazer, sou a Aline! Serei a companheira de viagem da Talita.

Eu sempre tive vontade de fazer intercâmbio e essa vontade aumentou quando fui passar férias no Canadá em Jan de 2010. Quando voltei decidi que iria viajar para Europa e desde então comecei a guardar dinheiro e pesquisar sobre países onde eu poderia ir.

Fui a algumas feiras de intercâmbio e em uma delas vi sobre a Irlanda e achei que seria um lugar muito legal, já que Londres não seria possível.

Sem querer descobri que a Talita também queria ir viajar foi aí que decidimos ir juntas, assim uma faz companhia para a outra.

Estou na contagem regressiva e isso me deixa com uma mistura de sentimentos, sinto ansiedade e medo ao mesmo tempo! É a vontade de ir logo com a vontade de ficar mais um pouco.

O mais difícil será deixar aqui as pessoas que eu amo, como minha família, meus gatos e meu namorado. Sim eu namoro… E sinceramente não sei como vai ser quando eu for.

Também estou triste por perder alguns shows de bandas que gosto muito que virão para o Brasil quando eu não estiver aqui, mas tento pensar que a viagem será muito mais que esses shows e estou torcendo para que essas bandas passem pela Europa.

Estou animada de ir para a Irlanda, dizem que é um país muito bonito e muito legal de morar. Sem falar na quantidade de pubs! Eu adoro pubs, bar e cerveja, então vou amar! Só espero não engordar muito, hehe >.<

Bom, por enquanto é isso! Durante a nossa viagem vocês irão conhecer um pouco mais sobre mim =)

P.S. Faltam 30 dias #Glup!

Ireland, a history

Olá, leitor!

(Sim, porque agora tenho leitores! O Ode to Ireland foi oficialmente divulgado \o/)

Se tem uma coisa que eu gosto na vida é história. Agora, imagina como eu levei a sério o negócio de entender a história do país onde vou morar? Sim, eu parti em uma busca insana para tentar entender direito porque diabos surgiu o IRA e porque o país é dividido em dois. E adivinhe? Eu fiquei mais apaixonada ainda =)

Eu não sei se você gosta de história. Provavelmente não. Mas, de qualquer forma, eu vou te atormentar com um breve resumo da história desse país incrível. Obrigada.

O começo 

– Tudo começa com um povo bem antigo, talvez oriundo da Escócia que, nas suas andanças, descobre uma terra verde e chuvosa e decide armar acampamento por ali.

– Depois de um tempo, chega um povo mais desenvolvido, que sabe plantar e construir coisas de pedra. Eles constroem o famoso túmulo de Newgrange (adivinha quem vai visitar? o//).

Túmulo neolítico incrível *___*

– Os primeiros trabalhos em metal e cerâmica são feitos na Idade do Bronze e são aperfeiçoados na Idade do Ferro. Eles acreditam em fadas e duendes. Eles são celtas e lindos \o/

O cristianismo 

– Chega na ilha o famoso, o único, o inigualável St. Patrick, que traz o cristianismo para aquele povo pagão adorador da natureza.

Agradeço a St. Patrick pela festa incrível a que participarei em breve o/

– Chegam os vikings safados e saqueiam tudo que encontram pela frente. Eles fundam cidades importantes como Dublin (tudo bem, eles não são tão safados assim).

O domínio 

– O rei inglês Henrique VIII (sabe, do The Tudors? s2) é declarado senhor da Irlanda pelo parlamento inglês. E é com ele que começam os problemas religiosos na Irlanda.

Qual dos dois você prefere? O.O

– Henrique VIII, influenciado pelas ideias protetantistas e louco de desejo por Ana Bolena, rompe com o Vaticano, para poder anular seu casamento com a rainha Catarina de Aragão.

– Ele funda a Igreja Anglicana, declara uma luta contra o catolicismo, dissolve os monastérios e executa um monte de gente.

– As novas regras protetantistas chegam na Irlanda e isso enraivece o povo que ali vive. Eles lutam bravamente por um bom tempo, para poderem manter a sua religião.

– Depois de lutas e revoltas, o poder protestante inglês se firmou na Irlanda e os rebeldes católicos perderam suas terras e seus direitos civis.

Morte e independência

– Com a perda de quatro safras consecutivas de batatas, cerca de 1 milhão de irlandeses morreram de fome ou doença, no período conhecido como “A Grande Fome”. Existe um monumento em Dublin sobre isso, olha só:

E o mais triste é saber que aconteceu de verdade.

– Isso fez com que houvesse uma debandada de irlandeses para os Estados Unidos, principalmente em Nova York. Foi formada uma forte comunidade irlandesa por lá, com reflexos culturais que são vistos até hoje.

– Todas essas dificuldades deram início às exigências para a independência, que só ficou mais concreta após a Primeira Guerra Mundial, com a criação de um parlamento irlandês não oficial e levantes sangrentos.

– A ilha então é dividida em duas para tentar apaziguar as coisas: Irlanda do Norte, ainda pertencente ao Reino Unido e República da Irlanda (ou Eire – que lindo ^^), um novo país independente. Essa divisão vigora até hoje, mas os problemas não acabaram por aí.

Em nome de Deus e do poder

– Os católicos da Irlanda do Norte não aceitaram bem o fato de continuar sobre o domínio protetantista inglês e também queriam a independência. Enquanto os protestantes que viviam por lá estavam felizes da vida. Isso não poderia resultar em coisa boa.

– As duas comunidades trocam tiros e bombas por anos, matando milhares de pessoas. Surge o IRA (Irish Republic Army), braço armado dos católicos, que bota para quebrar nos atos terroristas na Irlanda e na Inglaterra.

#Medo

– Eles continuam assim por mais de 20 anos quando, finalmente, é assinado o Acordo de Sexta-feira Santa, estabelecendo novos moldes para o governo na Irlanda do Norte. Um bom tempo depois, o IRA abandona a luta armada e promete seguir um caminho democrático.

– E, como última medida pacificadora, um protestante e um católico passaram a dividir o gabinete de Primeiro Ministro da Irlanda do Norte, para tentar trazer direitos iguais para ambos os lados.

– E, agora, ficam os votos para que os próximos anos sejam pacíficos por lá. De vez em quando, a polícia encontra algumas bombas perdidas por lá (#Medo), mas tudo parece estar bem.

UFA! Não é fascinante e perturbador perceber como a decisão (um pouco egoísta) de um rei no século XVI afeta a vida de milhares de pessoas seis séculos depois? Eu acho =)

Estou ainda mais encantada por esse país incrível, ah estou.

P.S. Faltam 33 dias \o/