Dos últimos finais de semana

Sim, as coisas andam meio paradas por aqui. Mas, poxa, eu acabei de escrever um livro sobre a viagem à Belfast e isso esgota as energias! Além disso, ainda estou em fase de adaptação no emprego novo, já que o dia da Mags mudar de casa chegou e a minha rotina ficou meio insana com isso (comento sobre ela mais para frente porque, só de pensar, já fico cansada).

# Fim de semana 1

Eu estava de plantão para ir até a casa nova da Mags organizar as coisas dos bebês, já que eu sei o jeito que ela gosta das coisas e dobro as milhares de roupas deles como ninguém. Mas o que era para ser sábado, ficou para domingo e eu perdi quase todo o final de semana nessa espera.

O sábado musical

No restinho que sobrou do sábado, quando descobri que não seria necessária na mudança, corri para aproveitar dois eventos super legais que estavam rolando em Dublin, mas muito pelas coxas, por causa do pouco tempo disponível. A primeira parada foi o Dublin Tall Ships Races 2012, literalmente uma corrida de navios, que começou na França em maio e terminou aqui em Dublin no final de agosto. Para comemorar a chegada dos navios aqui, quatro dias de festival com música, comida, arte e exposições foram organizados nas Docklands, a região das docas de Dublin, que eu adoro ^^

Cheguei e fui direto para a arena da Bulmers (a famosa cidra irlandesa, que eu detesto), palco dos shows das bandas independentes aqui de Dublin. O som estava sensacional, enquanto eu esperava na fila e decidi ir direto mesmo, sem ver os navios (erro, porque acabei não voltando para ver o principal, depois de algumas cervejas na cabeça =S). Assisti a dois shows, das bandas Frank & Walters (música mais alternativa, meio indie, mas com um balanço legal) e a Therapy? (que me fez lembrar dos shows covers que eu adoro ir com o meu irmão =/).

Saindo de lá, fui para o Down With Jazz Festival que acontecia no Temple Bar, em homenagem a um movimento “anti-Jazz” que surgiu aqui na Irlanda na década de 30, por motivos políticos, mas esqueci de reservar o meu ingresso. Acho que o segurança viu a minha cara de decepção, porque me disse para voltar em uma hora que ele me deixaria entrar =)

Para esperar, fui então para um pub em que eu estava de olho há tempos, um dos únicos nessa cidade que parecia tocar música boa de verdade, o Ha’Penny Bridge Inn. Quando eu ainda trabalhava no Trinity Bar, ficava na esquina (sem comentários maliciosos, por favor) perto desse pub e ouvia o som que rolava aos sábados, um blues e country americano ferrados, de arrepiar!

E lá fomos eu e minha Guinness, viajando na banda residente, Dermot Byrne Blues, composta por dois tiozinhos de cabelos brancos, dois violões e uma gaita. E só com isso, eles levam aquelas músicas que arrepiam até o seu último fio de cabelo e tocam surpresas agradáveis como “Get the Rhythm” do Johnny Cash. Incrível =)

Quase duas horas depois, lembrei do festival de Jazz e corri para lá, mas o meu horário limite para pegar o ônibus já estava chegando (além de todos aqueles casais curtindo a música, bebendo vinho e com luminárias fofas penduradas acima de suas cabeças, o que me irritou profundamente >.<) e eu resolvi ir embora.

O domingo que nem vale a pena comentar

Organizei brinquedos, roupas, limpei móveis e chão, praticamente sem comer nada o dia todo. Chegando em casa, com dor em todas as partes do corpo, recebi uma notícia devastadora, que vou resumir brevemente, porque me dá um aperto no coração falar demais sobre isso. O apartamento onde eu morava (e a Aline, Yujin e Lucia anda moram) foi assaltado e os computadores, máquinas fotográficas e dinheiro delas foi roubado. E eu não quero mais falar sobre isso, nunca mais.

# Fim de semana 2

O sábado em Clontarf

Resolvi ficar aqui pelo bairro mesmo, já que precisaria cuidar do Airt por algumas horas enquanto a Mary Rose iria para a yoga dela. Para economizar no ônibus e aproveitar melhor o sol inacreditável desse começo de outono, peguei a bicicleta dela emprestada. Mais de 40 minutos depois tentando descobrir como abrir a porta da garagem, subi na bicicleta para perceber que o banco era muito alto para mim, tipo de pedalar com as pontas dos pés. Tudo bem, resolvi fazer um esforço. Mas não pensei nas complicações na hora de parar a bendita. E assim, eu caí duas vezes na tentativa de parar, com todo mundo me olhando com cara de dó.

Entre trancos e barrancos, cheguei até o Casino Marino, meu destino daquele sábado. Com o nome do Italiano, significando “casinha perto do mar”, foi projetada pelo arquiteto escocês Sir William Chambers para James Caulfeild, o 1 º Conde de Charlemont, em 1775. A arquitetura é bonita, mas não é isso que faz o lugar merecer uma visita. O charme do negócio é que a casa foi projetada para parecer o que não é, cheia de truques. Olhando de fora, você pensa que a casa possui um único cômodo e andar. Mas ela tem, na verdade, três pisos e uns 10 quartos! É muito maluco! Portas falsas, janelas gigantes que se dividem em várias, efeitos de luz. Que maluquice desse conde e seu arquiteto =)

Voltei para a casa e parei para contemplar a maravilhosa vista do Sea Front, naquele maravilhoso dia, nos meus maravilhosos últimos minutos antes de trabalhar. E almoço, pego o Airt e volto para o Sea Front, com um cobertor, brinquedos e a minha máquina fotográfica, para ele ficar correndo por ali e eu tentando tirar a foto perfeita. Quando ele começa a querer andar para longe demais de mim, percebo que é hora de voltar pra casa.

O domingo da espera

Era um dia muito especial para mim, já que a minha querida amiga Juliana Myisaki (Jubs!) estava chegando do Brasil para ficar um mês estudando aqui. Eu amo a Ju e sinto muito a falta dos nossos almoços, baladinhas, palhaçadas. Mas o mais legal de tê-la aqui é a sensação de ter alguém amigo, conhecido, da minha vida antiga, nessa minha vida nova. Eu estava eufórica!

E a Jubs sempre com uma comida na mão =P

Trabalhei de manhã (aham, yoga novamente) e depois fui direto encontrar a Aline no apartamento dela, onde faríamos almoço. Foi triste entrar ali e, não sei se por causa do que aconteceu ou não, mas não senti nada de acolhedor e familiar ali. Fizemos batatas com creme e queijo ao forno (receita da Mamis da Aline), arroz e uma garrafa e meio de vinho, o que deixou tudo mais legal =P

E fomos bater pernas pelo centro, procurar o bolo perfeito (que não achamos), esperando a Jubs. E nada. E começamos a ficar preocupada. Meia Paulaner depois, ao som de The Cure no Turk’s Head, ela liga. Dei um grito de emoção. Mas, infelizmente, não a encontramos. Ela estava toda enrolada com a chegada e com medo de sair tarde sozinha e se perder. Essa Jubs!

Mas já que estávamos ali e a fome bateu e merecemos porque trabalhamos pra burro, resolvemos ir ao Fridays (de novo ^^) e comer até o estômago doer, com um belo hamburguer e uma sobremesa =D

P.S.: Em breve, mais detalhes sobre a minha rotina insana, o meu bairro maravilhoso e a visita mais que especial da Jubs s2